06/04/14

CHEFES E SUBORDINADOS


Chefiar e respeitar os direitos e deveres dos que trabalham necessita de chefes e subordinados que respeitem os direitos, saibam ser capazes de lidar com pessoas, por sinal, colegas de profissão,  contribuindo para a construção do um bom clima de trabalho e o bom nome da instituição.
 
   CHEFES E SUBORDINADOS
   Imaginemos a seguinte situação:
   Após o turno da noite e de doze horas de trabalho, ele aguarda com alguma impaciência a chegada dos colegas que o vão substituir na continuação do trabalho. Entretanto chega o “encarregado” e convencido do seu poder, fala com a pessoa que terminou o seu turno de trabalho e diz-lhe que não pode ir embora, tem que seguir o turno porque quem devia vir trabalhar não o vai fazer. Ora, acontece que estando à longa data escalada para fazer o turno da manhã, não avisou que não vinha trabalhar e quem trabalhou de noite, sabendo atempadamente que estava escalada para a noite, após uma consulta médica e ter de efectuar análises clínicas, com o seu horário na mão marcou a sua realização para a manhã do dia em que estava a sair da noite porque dessa forma não interferia com o horário de trabalho.
   Com um respeito que encarregados de “conveniência e cumplicidade”, porque assim ali chegaram, estão longe de merecer, o auxiliar avisou o encarregado de que não podia continuar a trabalhar, porque tinha um compromisso para de manhã, visto que estava a sair da noite.
   Ambos, “chefe” e “subordinado” argumentam e defendem os seus interesses e ambos começam a levantar o tom da voz. O encarregado diz que não tem mais ninguém, que tem falta de pessoal e que alguém vai ter que trabalhar. Por seu lado, o auxiliar reafirma que tem as análises marcadas e depois do turno da é pesado trabalhar mais seis horas.
   Pergunto aos entendidos em leis do trabalho e aos colegas de profissão qual a decisão mais acertada?


05/04/14

LUTAR PELO FUTURO,RESPEITANDO O PASSADO



  No passado dia 27 de Fevereiro deste ano decorreram as eleições para os orgãos dirigentes da ATSGS (Associação de Trabalhadores dos Serviços Gerais da Saúde ).
   Sob o lema "LUTAR PELO FUTURO, RESPEITANDO O PASSADO" foi a lista vencedora, tendo já tomado posse no dia 29 de Março de 2014.
   Através do Boletim Informativo da associação, o Conselho Directivo recém eleito divulgou os seus objectivos para este novo mandato:
   "A recém eleita direcção comprometeu-se a retomar de imediato as diligências com o Ministério da Saúde para que:

  1- O Ministério da Saúde reconheça e regulamente a Profissão de Técnico Auxiliar de Saúde nas respectivas instituições;
   2- Seja aprovado e regulamentado o RVCC ( Reconhecimento, Valorização e Certificação de Competências ) em contexto de trabalho ( Avaliação curricular ), para os actuais Assistentes Operacionais, antigos Auxiliares de Acção Médica.
   Porque nunca baixámos os braços, lançámos a semente, estivemos no início da obra, demos-lhe continuidade e agora vamos manter o nosso rumo com persistência e determinação até à sua conclusão, porque as nossas funções de carácter técnico e específico são relevantes, integrantes e fundamentais para o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde.
   Só perde quem desiste mas nós com a nossa e a vossa força, união e determinação, jamais desistiremos dos acordos assumidos e ainda não concluídos.
   Dos resultados e das negociações, daremos conhecimento aos associados e não associados em tempo oportuno".
   

LISTA VENCEDORA

01/04/14

TRABALHAR E CONTINUAR POBRE

   Em Fevereiro, o Sindicato da União dos Trabalhadores Funções Públicas  e Sociais do Norte denunciou uma série de irregularidades que estavam a acontecer em vários hospitais públicos. Estamos em Abril e nunca mais se falou e as situações irregulares continuam na mesma.
   Os meios de comunicação social bradam aos quatro ventos aquilo que o Governo acredita ser um milagre: diminuiu o desemprego e o país está melhor. Para este milagre ser mais real, o Governo diz que já criou 120.000 empregos. Se lhe disser que cerca de 30.000 desses empregos foram criados com a entrada de pessoas na Administração Pública na qualidade de estagiários, com contratos a termo certo de um ano de trabalho, a ganhar um salário pobre, mas a trabalhar no duro, não se trata de nenhum milagre.
   Claro que para as administrações de empresas públicas, como por exemplo os hospitais, tem sido um "milagre" a entrada de pessoas enviadas pelos Centros de Emprego. Esquecem-se é que são trabalhadores com vínculos contratuais precários e que têm fortes repercussões nas desigualdades, pois para eles estarem a trabalhar de segunda a sexta, levam a que outros trabalhadores mais antigos tenham que assegurar o trabalho nocturno e aos sábados, domingos, feriados e festas.
   Isto está a acontecer com muitos Assistentes Operacionais que trabalham na área da saúde, nomeadamente aqueles que exercem as suas funções nos serviços de internamento e que funcionam ininterruptamente durante todos os dias do ano.
   Portugal é um dos países da União Europeia com uma das taxas de contratos de trabalho precário mais elevadas. Esta situação acentuou-se nestes últimos anos porque, como concluiu o INE, a criação de empregos tem sido explicada em grande medida pelo aumento de pessoas com um contrato de trabalho a termo certo ou a tempo parcial.
   É importante regulamentar a carreira dos Assistentes Operacionais, futuramente chamados Técnicos Auxiliares de Saúde. A maioria dos actuais Assistentes Operacionais que trabalham nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde são trabalhadores pobres, são trabalhadores que trabalham todo o ano e apesar disso o seu rendimento está abaixo da pobreza, pois o que são 600 euros de salário ( média ) ?