25/03/10

HORÁRIOS SOBRECARREGADOS AFECTAM O DESEMPENHO DOS ASSISTENTES OPERACIONAIS

Fadiga, desgaste, alguns erros no trabalho, irritação e conflitos entre colegas e até alguma alteração na relação com os doentes - estes são sintomas da sobrecarga horária que os Assistentes Operacionais sentem quando trabalham muitas horas. Ainda podemos juntar uma possível alteração do humor e do comportamento, alterações nas relações sociais e familiares. Excesso de trabalho também diminui a concentração e causa lentidão na realização de algumas tarefas.


Muitas vezes a sobrecarga horária tem origem na falta de Assistentes Operacionais relativamente às necessidades reais dos serviços dos estabelecimentos de cuidados de saúde(hospitais, centros de saúde, USF,...). E há assistentes operacionais que têm sobrecarga horária já há muitos meses seguidos. Às vezes porque falta um colega, outras vezes porque um colega tem um acidente de trabalho ou alguém doente em casa e que necessita de cuidados inadiáveis e também porque algum colega se aposentou.

Com sobrecarga horária leva a que os Assistentes Operacionais deixem de gozar alguns dos seus direitos ( direito ao descanso semanal e complementar, ao gozo de feriados, horas e licenças para formação, gozarem as férias em tempo socialmente oportuno, etc.).

A sobrecarga horária leva o Assistente Operacional a trabalhar em ambiente de tensão, ansiedade, fadiga altera as atitudes e as condutas dos profissionais e consequentemente o doente é tratado de uma forma fria e impessoal.

Quando o Assistente Operacional se começar a sentir desorientado, indeciso, descrente, irritado, reduzir a qualidade do seu desempenho, começar a ter falta de atenção aos pormenores, quando mostra alguma ineficácia e algum desinteresse e absentismo...é um ALERTA de que algo de grave se está a passar na sua vida.

E afinal, o que é sobrecarga horária?

São todas as horas efectuadas para além das 35 ou 40 horas que estipulam os contratos de trabalho.

Conheço Assistentes Operacionais que chegam a fazer 70 a 80 horas de trabalho extraordinário, muitas vezes em turnos de 12 horas contínuas ( turno da manhã e turno da tarde), ou de 18 horas contínuas com o turno da tarde que engata no turno da noite e também trabalhar o turno da noite e continuar no mesmo serviço o turno da manhã, ou sejam, 18 horas sem descanso.

Esta situação demonstra bem de que os Assistentes Operacionais estão muitas vezes a trabalhar no limite máximo das suas capacidades. Tudo tem um tempo. Pontualmente tudo bem, por sistema, indicia má gestão dos recursos e eventualmente aproveito.

05/03/10

ASSISTENTES OPERACIONAIS: NEM OITO NEM OITENTA!

Há uns anos viveu um homem religioso que afirmou:
«A religião é como o sal na comida, nem muito nem pouco, apenas o suficiente»
Olhando para estes cartazes podemos pensar da mesma forma. Se não espreitem:

      O mês de Março é dose dupla para os Assistentes Operacionais. Concordo que a formação é importante e necessária ao longo da nossa carreira. Já não estou de acordo com a programação feita para o mesmo mês, para um local tão próximo um do outro e com temas muito parecidos...seremos assim tantos Assistentes Operacionais com disponibilidade e dinheiro para participar nos dois eventos? Eu fiz uma opção e vou participar apenas num deles. Para a próxima, pensem e combinem melhor as datas destas actividades. Todos sabemos que nada é gratuito!

ASSISTENTES OPERACIONAIS TRABALHAM MUITO E GANHAM POUCO










A greve foi ontem. Como sempre, o Governo declara que teve pouca adesão e os sindicatos vêm afirmar o contrário. Mas esqueçamos a realidade dos números e pensemos nos motivos que levam as pessoas a deixar de ganhar um dia de salário, mesmo que para alguns o pouco que ganham, lhe faça muita falta para pagar as despesas que têm que pagar.
Desta vez, os sindicatos uniram-se e gritaram as mesmas palavras de protesto: contra o congelamento dos ordenados, contra a penalização nas pensões de reforma e contra a precaridade do trabalho ( não gosto da palavra emprego ). Todos os trabalhadores portugueses sentem na pele a pressão que este Governo tem feito sobre os operários e em especial sobre os Assistentes Operacionais, onde estamos os Auxiliares de Acção Médica metidos. Diz o Governo que é necessário combater o défice. Mas afinal, o défice está onde está porque o P.M. Sócrates decidiu, pois, disse que foi a forma de ajudar as empresas, os trabalhadores...mas só se lembra de congelar salários, de responsabilizar os trabalhadores mesmo que os seus ordenados tenham como valor base 450 euros, ou seja, um valor abaixo do salário mínimo nacional que o Governo defende para 2010, que é de 480 euros. Ora, onde estamos afinal de contas? E a verdade não é aquela que eles dizem. Quem pensa que são os ordenados da função pública que absorvem as maiores despesas, é um puro engano. As despesas que o Governo tem ( mas esconde debaixo do tapete ) com muitos Assistentes Operacionais é paga a empresas privadas que recrutam profissionais fora da Administração Pública e nem sempre as pessoas são realmente valorizadas e remuneradas.
   Digam o que disserem, a verdade é que ontem os serviços de saúde em Portugal andaram mais devagar, com mais tempos de espera, com consultas adiadas, com cirurgias adiadas.
   Ai Portugal, Portugal...