29/01/08

MAIS DO MESMO???

Dra.Ana Jorge é a Nova Ministra da Saúde. Deixa o cargo de directora do Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada.
A futura ministra aceitou o convite e diz que acredita na reforma em curso, bem como no Serviço Nacional de Saúde....



Bem-vinda ao circo!!!

20/01/08

A AVALIAÇÃO AVALIADA

Com a publicação da Lei nº66-B/2007, de 28 de Dezembro de 2007, entrou em vigor em Portugal o SIADAP(Sistema de Avaliação de Desempenho da Administração Pública). Este sistema, que há tanto se fala, vai agora também avaliar o desempenho dos serviços, dirigentes e trabalhadores do Estado.
A partir deste ano, os funcionários públicos vão ser responsabilizados sempre que não cumprirem os seus objectivos.
No caso dos Auxiliares de Acção Médica, iremos ser avaliados pelo(a) nosso(a) encarregado(a), pelo Chefe de Enfermagem do serviço onde trabalhamos, pelo Encarregado Geral...pelos gestores e directores da unidade de saúde.
A avaliação deve ser comunicada ao auxiliar numa reunião com o avaliador, a ser realizada durante o mês de Fevereiro.
Ouço dizer que agora é a doer! E antes não?
O SIADAP tem quotas de avaliação: cada serviço tem um limite de 25% de "Muito Bom"e desses apenas 5% podem ser avaliados de "Excelentes" e "Relevantes". Ora, num serviço com Directores, gestores, médicos, técnicos, enfermeiros e Auxiliares como avaliar bem?

15/01/08

REGULAMENTAR A CARREIRA DE AUXILIAR DE ACÇÃO MÉDICA


O que significa regulamentar a carreira de Auxiliar de Acção Médica?
Significa ser reconhecido.
Os auxiliares de acção médica respeitam todas as profissões. Não queremos privilégios, mas apenas ser reconhecidos como profissionais de saúde, com uma vida profissional bem regulamentada, com perspectivas de evolução e crescimento profissional, pessoal e monetário.
O Governo prepara-se para aprovar as Carreiras e Vínculos e pelo que já li por aí, os Auxiliares de Acção Médica passarão a integrar a profissão dos "Técnicos Operacionais", ficando metidos no mesmo "saco" os vigilantes, os porteiros, os motoristas, os electricistas, os/as cozinheiras, os barbeiros, etc. etc....todos com carreiras diferentes e diferentes tarefas, mas todos chamados "Técnicos Operacionais".Os trabalhadores dos Serviços Gerais de Saúde, onde se incluem os A.A.M., através da sua associação(A.T.S.G.S.)estão a trabalhar e bem.Daqui a uns meses vamos ver o que será o nosso futuro profissional.

12/01/08

EM MEMÓRIA DO JAIME

Estou triste!
O Jaime, o doente da cama 66, tinha a sua fotografia publicada na necrologia do Jornal de Notícias. A sua mãe e restante família anunciava a hora do seu funeral e chorava a perda do seu ente querido...coitado do Jaime, nestas últimas semanas foi tratado pior que um cão abandonado. Esteve no hospital e não recebia visitas e a roupa que vestia era do hospital. Ele perguntava quando ia para casa da mãe. Mas no dia que os médicos lhe deram alta, a equipa de enfermagem contactou a família e o transporte foi marcado para o fim do dia 31 de Dezembro. Eu, no dia 1 de Janeiro fui trabalhar de manhã e para meu espanto encontro o Jaime na mesma cama. Soube que não havia ninguém em casa para o receber, a mãe não lhe abriu a porta e os senhores do transporte de doentes regressaram com ele ao hospital. Durante essa manhã, o Jaime perguntou-me se ia nesse dia para casa...queria ir para casa. Claro que lhe expliquei que era feriado e não havia quem o levasse e talvez fosse no dia seguinte.
Mas o Jaime continuou na cama 66, a tomar banho e a vestir um daqueles pijamas do hospital. Foram mais uns dias e um dia disseram-me que finalmente tinha sido transferido para uma unidade de saúde lá para os lados de Baião. Fiquei contente com a notícia, porque dada a idade da mãe do Jaime seria talvez melhor ele ir para um sítio onde o apoio não lhe faltaria.
Ontem fiquei triste, muito triste quando vi a sua fotografia no jornal. O Jaime merecia mais carinho, mais ternura e afecto. Os homens e mulheres que trabalharam ou trabalham na Associação de Ourives talvez se lembrem do contínuo chamado Jaime. Quanto à sua mãe, dona de casa, ao seu irmão, arquitecto, não tenho tantas certezas. Triste, triste é mesmo morrer abandonado.Nem um cão merece morrer assim!

09/01/08

A IMPORTÂNCIA DA BOA FORMAÇÃO



O JOGO DA VIDA

Os Heróis desta história:
Silvério Albino
e
Mário Baptista

Tiago,
13 anos, guarda redes do Castrense, no jogo de futebol do campeonato Distrital de Iniciados, que ocorreu no passado domingo, chocou com um adversário, caindo inanimado no chão.
O árbitro do encontro, Silvério Albino, apercebeu-se da gravidade da situação e correu para o jogador, e com a ajuda do seu assistente Mário Baptista, iniciaram as manobras de reanimação. Após quatro longos minutos e três tentativas de reanimar o Tiago, o jogador deu sinal de vida, sendo depois conduzido ao Hospital de Beja, de onde teve alta, tendo já regressado ontem à escola.

"Fiz a melhor arbitragem da minha vida", disse o sr.Silvério Albino, encarregado de pessoal auxiliar da Câmara de Ourique, bombeiro voluntário há 21 anos, pai de um filho com cinco anos e agora herói para o Tiago Resende.

Esta é a história que o Tiago nunca mais vai esquecer durante toda a vida. E se o árbitro não soubesse o que é o Suporte Básico de Vida? O mais certo era o jovem já estar a viver com uns bons palmos de terra em cima. Abençoada formação e abençoado bombeiro/árbitro que soube pôr em prática os conhecimentos necessários para salvar uma vida humana. Não é necessário ser-se médico, doutorado em ciências da medicina ou lá o que fôr, para em poucos minutos salvar uma vida. O bombeiro limitou-se a praticar aquilo que um dia lhe ensinaram e lhe disseram que poderia salvar vidas humanas quando presenciasse uma situação como a do Tiago.
É bom que as administrações dos estabelecimentos de saúde do nosso país invistam mais na formação dos profissionais que administram. Todos, mas todos sem excepção, devemos ter os conhecimentos básicos para acorrer a situações como a que descrevi. No hospital também ocorrem situações de emergência. Embora seja um local com muitos médicos, enfermeiros, especialistas, secretárias, electricistas, vigilantes, auxiliares, etc.,etc., também andam pelo hospital muitos doentes, muitos familiares e acidentes podem acontecer a qualquer momento, em qualquer canto, em qualquer corredor ou em qualquer elevador...e quem está ao lado do acidentado tem de saber como salvar a vida. Todos os minutos contam e não há tempo para grandes demoras. E dada a importância das manobras de reanimação básicas, porque as paragens cárdio-respiratórias são a causa de morte de milhares de pessoas em todo o mundo, podendo ser evitada se a vítima for socorrida rapidamente, é importante cada um de nós estar apto a salvar uma vida. É importante que o maior número de pessoas disponha de conhecimentos de como intervir em caso de necessidade, enquanto se aguarda socorro de emergência médica. Penso que esses conhecimentos deviam começar nas escolas e levar a formação aos pais, às muitas e variadas Associações Culturais e Desportivas, Restaurantes, Hoteis, Lares de Idosos...e a todos os portugueses, por exemplo, através da televisão, jornais e revistas. A televisão, a caixinha que mudou o Mundo, a caixinha que todos ligam mesmo que não vejam, pode mudar a vida de muitos tele-espectadores com programas de educação e ensinamentos, como este do Suporte Básico de Vida. É tudo uma questão de prioridades e de os senhores das televisões optarem por educar, formar, informar e também entreter o Zé Povinho com assuntos realmente importantes para todos os portugueses e ainda com o prémio de um dia poderem ser Heróis, como o nosso árbitro/bombeiro/encarregado/pai a quem o Tiago tanto agradece.
Ainda bem que há pessoas assim!








MOBILIZAÇÃO E TRANSFERÊNCIA



Video editado por www.humanizar.es .


Aconselho aos Auxiliares de Acção Médica( e também aos enfermeiros) que vejam estas imagens. A internet pode ajudar-nos a melhorar a qualidade do serviço que prestamos aos doentes. Em Portugal, principalmente no grupo dos Auxiliares de Acção Médica, ainda existe uma falta enorme de formação profissional. Tenho investigado na internet temas sobre o assunto e cada vez que encontro algo importante tenho-o divulgado aqui e tenho também passado a informação aos colegas que trabalham comigo. A saúde tem muito para melhorar. Há muito trabalho por realizar. A qualidade dos profissionais de saúde deve ser cada vez maior. A Humanização do Serviço Nacional de Saúde também passa por um maior interesse dos profissionais que todos os dias lidam com os utentes, os doentes e todos os que se servem dos serviços de saúde. Eu, como Auxiliar de Acção Médica e a exercer a minha função num serviço de medicina interna, tenho sentido falta de formação para às vezes acorrer a determinadas situações que me aparecem no dia a dia. A experiência não é tudo, tratar e ajudar pessoas doentes não é sempre igual, não é sempre o mesmo tipo de pessoa e nós, como Auxiliares de Acção Médica, devemos saber ser, fazer e ter a cada momento, a atitude e o gesto mais certo e seguro para com quem temos à nossa frente.

05/01/08

ENTRAR E SAIR DO HOSPITAL


O Hospital de São João já tem o sistema de controlo biométrico em funcionamento experimental desde o dia 1 de Janeiro. As máquinas até agora instaladas não são suficientes e as filas de espera começam a ser preocupantes. Ainda na quinta feira passada, as pessoas demoravam 20 minutos para passar o dedo, tanto à entrada das 8 horas como na saída das 14 horas. Com a necessidade de controlar cerca de 5000 dedos durante o dia, as pobres máquinas entraram em greve e obrigaram os trabalhadores a esperar na fila pela sua vez.
No Hospital de Santa Maria, com mais ou menos o mesmo número de funcionários, a administração decidiu instalar 200 máquinas e progressivamente, todos os computadores onde os profissionais acedem vão ter um controlo biométrico. Porque não seguir este exemplo aqui nos hospitais do norte? Claro, Santa Maria é na capital, é em Lisboa e lá é tudo à grande e à francesa. Os trabalhadores do norte também não gostam de esperar na fila, são tão merecedores como os do sul.

04/01/08

A IMPORTÂNCIA DA PONTUALIDADE


A pontualidade é uma atitude, é respeito pelos colegas que vamos substituir no nosso local de trabalho. Eles esperam a nossa chegada a tempo de poderem passar o "turno" com as informações necessárias e importantes relacionadas com os doentes, com as tarefas a fazer durante o nosso tempo de trabalho, etc. Quando o turno chega ao fim todos os auxiliares de acção médica desejam sair e ir para suas casas, tratar da suas vidas familiares, apanhar o autocarro o mais cedo possível...e a pontualidade é uma questão de atitude, de respeito para com os colegas, que às vezes já levam 12 horas de trabalho em cima do corpo.
Pode ser que o ponto electrónico venha a contribuir para aumenter a pontualidade dos auxiliares de acção médica. Eu, regra geral, cumpridor e pontual, não tenho nada a perder com o ter de colocar o meu dedo no detector de assiduidade do hospital. Temo que alguns colegas sejam assíduos para digitalizar o dedo, mas já não sejam pontuais a chegar ao seu local de trabalho. Recomendo que depois da leitura biométrica (a efectuar uns 10 minutos antes do início do turno)se dirijam para o seu local de trabalho e que a pontualidade seja uma atitude sempre presente.Claro que pontualmente podemos atrasar-nos, por causa do trânsito, por causa do autocarro ou por qualquer outra razão, mas isso é explicável, o que não pode ser explicável nem aceite é que este comportamento se transforme numa rotina. Se o autocarro vem sempre atrasado, a solução é ir para a paragem mais cedo e assim também mais cedo vai chegar ao destino. Se havia muitas pessoas na fila para "pôr o dedo", a solução é na vez seguinte entrar mais cedo no hospital e colocar o dedo mais cedo.
Para mim, a pontualidade é uma questão muito importante. E quando se trabalha num hospital ou noutro estabelecimento de saúde, a pontualidade é muito mais importante. A falha ou o atraso de um auxiliar de acção médica pode desencadear um conjunto de falhas a seguir, como atrasos de análises, de exames, de entrega de processos e a sobrecarga de mais trabalho para a equipa de enfermagem.Vamos todos assumir a pontualidade como uma atitude, como uma rotina que nos ajuda a ser mais profissionais. Ganhamos nós, ganham os doentes e ganha o país. Todos ganhamos e este jogo da Vida de auxiliar necessita de nós.

02/01/08

AS FALHAS DA BIOMETRIA




O Livro de Ponto Automático e Controlo de Assiduidade tem o objectivo de informatizar e facilitar todo o processo relacionado com o livro de ponto e o registo de presenças dos trabalhadores.
Trata-se de um sistema electrónico de controlo de assiduidade que o Ministério da Saúde decidiu implementar em todos os hospitais e serviços centrais de saúde.
O sistema é tido como o método mais seguro do Mundo. Mas, em Portugal já se descobriu como enganar o sistema. Uma simples prótese de um dedo de silicone, com o registo das linhas e sulcos da impressão digital de qualquer profissional de saúde, pode ludibriar a máquina.
Eu sou Auxiliar de Acção Médica, a mim não me faz qualquer tipo de espécie fazer controlo biométrico. Aliás todos os profissionais no serviço onde trabalho, entramos 10 minutos antes da hora, salvo raras excepções, como acontece em todas as empresas.
No Hospital de São João, o sistema começou a funcionar no dia 1 de Janeiro de 2008. Durante os três primeiros meses, paralelamente, vai continuar a ser utilizado o sistema de controlo clássico, ou seja, o "livro de ponto", para perceber se o sistema biométrico está a funcionar bem.
E parece que as máquinas ainda não se habituaram a ler a biometria de muitos profissionais. Ainda hoje, as máquinas decidiram aceitar apenas os números impares. Os trabalhadores com o número mecanográfico "par" tiveram que ir trabalhar sem fazer o registo biométrico da entrada. Quando saí do meu turno de trabalho, o número de máquinas avariadas era ainda maior e muitos trabalhadores sairam sem o respectivo registo, enquanto outros, entravam não podendo registar o momento.
Os 16 terminais para leitura biométrica instalados no Hospital de São João, estão a revelar-se insuficientes face ao número de funcionários que nele trabalham.